terça-feira, 29 de novembro de 2011

JANUÁRIA (DIA 33)

No dia seguinte, passeamos mais um pouco por Itacarambi, que tinha uma praça bastante divertida e criativa. Tínhamos que ter tirado uma foto no banco dos calorentos para que vocês vissem, mas acabamos esquecendo...




 Brincamos também numa outra pracinha, perto do rio!!!


 

E até a mula, que não tinha cabeça, ganhou uma nova!!! rs




Depois disso, tentamos mais uma vez conhecer o Parque Cavernas do Peruaçu. Fomos ao escritório do Ibama, mas novamente o responsável pela autorização não estava lá! Que pena! Então, seguimos viagem!


Fomos para Januária, cidade do norte de Minas com seus 70 mil habitantes, conhecida pelos alambiques e pelas melhores cachaças do mundo! Januária situa-se na região do Médio São Francisco, localizada ao lado esquerdo do rio, e sua história envolve, assim como a de várias outras cidades pelas quais passamos, a notícia da existência de ouro e pedras preciosas na região (nesse caso, mais especificamente as margens do rio São Francisco). Desde meados do século XVI até 1670, bandeirantes como Fernão Dias Paes Leme, Manoel de Borba Gato, Castelo Branco, Januário Cardoso, Matias Cardoso, Manoel Pires Maciel Parente, entre outros, passaram por ali.


Devido à fama de suas cachaças, pretendíamos visitar os alambiques e provar um pouquinho de cada pinga! O Ronald estava super empolgado com as futuras visitas!rs Mas era sábado e infelizmente não conseguimos cumprir nossa missão. Os alambiques não ficam bem na cidade, mas num lugar ali perto chamado Brejo do Amparo.

Bom, como não íamos aos alambiques, experimentamos na churrascaria do Marcelão, a beira do rio São Francisco, algumas das pingas. Claudionor, Insinuante, Cabaré, Velha de Januária, Januária Cristal, Brejo do Amparo, entre muitas outras, são marcas de sucesso! Entre doses e caipirinhas, descobrimos o óbvio. Não entendemos nada de cachaça!!!rs Tudo igual, desce queimando até a alma e deixa a gente alegrinho!hehe


Outra coisa que estávamos loucas para fazer e não conseguimos foi pegar uma praia de rio. Fomos sedentas! Ainda mais com o calor que faz em Januária. Mas para quem quer encontrar a praia do São Francisco na cidade tem que ir entre os meses de julho e setembro, quando o rio está baixo e a praia se forma. Existem barquinhos que fazem a travessia para a praia, além de serem montadas barracas, banheiros, chuveiros, bares, salva vidas, entre outros.

Quem sabe um dia não vamos? Por enquanto, só de ter visto, ter molhado as mãos com a água doce do famoso e importante Chico já deu uma energia danada! É a coisa mais linda ver aquele rio grandioso, com o sol se pondo...Nossa! Não tinha ideia que ia me sentir tão feliz em ver um rio! Um rio, não. O rio!

Para fechar Januária, fomos jantar na beira do rio e comemorar o tempo que o nosso Roninho, irmão universal (rs!), esteve conosco!


Depois, em pleno sabadão, Kel e eu fomos conhecer a night da cidade! Nosso hotel, Girassol, estava localizado no melhor lugar! Embaixo, um bar com música ao vivo, logo na esquina, na rua do rio, a boate Lótus. É a única da região. Deu para entender que estava cheio, né? Ao lado da boate tem um espaço tocando uns forrós. Era uma misturada só! E o melhor, para entrar em qualquer um dos dois, tudo de graça!


Conclusão: nos divertimos bastante! Rimos de umas figuras dançantes do forró, fugimos de um dançarino maluco que adorou a Rachel e nos deliciamos com as caipirinhas!  



sábado, 26 de novembro de 2011

FABIÃO E ITACARAMBI (DIA 32)

A vida na roça chega ao fim e é hora de ir embora. Meu pai acorda a gente 6 da manhã para dar tempo de tomarmos o ônibus de 9:50 que vai de Coração de Jesus até Montes Claros. Fomos de São João da Lagoa para Coração de Jesus por dois motivos: para conhecer a cidade e para fazer uma visita à irmã do Moacir, Maria.

Acordamos, então, às 6 da matina, tomamos café e seguimos a estradinha de terra de uns 3 quilômetros a pé até o centro de São João. Uma caminhadinha já para animar o começo do dia. Aquele sol fraquinho e gostoso nos fez companhia por todo o percurso.

Do centro de São João da Lagoa, tomamos um táxi até Coração de Jesus. 


Fizemos a visita à dona Maria, passeamos pela cidade, tomamos sorvete e sabe o que mais? Perdemos o ônibus!!! rs Pois é. Meu pai sempre me fala, desde que eu era criança, que mineiro nunca perde o trem. Ele costumava me contar uma história de que um mineiro acordou a família toda a meia noite com medo de perder o trem que saía às 7 da manhã. Todos acordaram e foram para a estação de trem. Esperaram, esperaram e esperaram. Quando bateu a fome, foram todos tomar café e o que aconteceu? Eles perderam o trem!!! Pois então, como a vida dá muitas voltas, meu pai, que sempre ria dessa história, acabou comprovando a sua naturalidade. Mineira!!! rs Acordamos às 6 da manhã! Não perdemos o trem , mas perdemos o ônibus!!! Ahahahahaa!!! Tudo bem, em defesa do meu pai, admito que o ônibus se adiantou um pouco e, por essa razão é que o perdemos. Mas não importa, porque agora tudo é motivo para lembrar dessa “mineirice” do meu pai! rs

Tomamos um táxi até Montes Claros (que no fim das contas acabou custando o mesmo que o ônibus, R$18 por pessoa) e de lá já nos mandamos para Januária, cidade que beira o rio São Francisco e que fabrica a melhor cachaça do mundo (pelo menos é o que dizem!).

Quando estávamos dentro do ônibus, descobrimos que ele seguiria viagem até uma cidade mais a frente chamada Itacarambi. Entre Januária e Itacarambi, havia o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, que muito nos interessava. Buscamos informações com alguns passageiros e decidimos ir direto para lá, sem nem descer em Januária.

Para conseguir entrar no parque, teríamos que conseguir uma autorização no posto do Ibama que ficava em Fabião I (entre Januária e Itacarambi). Pedimos então para o motorista nos avisar quando passássemos por lá. Só que quando ele nos avisou que tínhamos chegado, não sabíamos o que fazer, porque ali não havia um restaurante, um hotel, um nada que pudesse nos salvar! Então o motorista disse que ali era Fabião II. “Não é aqui que temos que descer. Fabião I deve ser maiorzinho”. E continuamos no ônibus.

Uns 5 ou 10 minutos depois, o motorista avisa novamente: “É aqui!”. “É aqui onde?”, eu pergunto, pois não vejo nada, apenas uma estrada com 4 casas em volta. “Aqui é Fabião I”, ele confirma. Se ele disse que era Fabião I e se nós tínhamos ido para lá, era ali mesmo que eu iria descer. Fui logo descendo do ônibus para pedir informação. Meu pai, meio preocupado com o horário (já eram umas 5 da tarde), preferia continuar a viagem até Itacarambi, que era a próxima cidade, mas acabou descendo atrás de mim. A Monique, que se lembrou das nossas malas no bagageiro, foi pegá-las e depois disso o ônibus foi embora.

Assim que desci do ônibus, vi umas moças entrando numa casa e perguntei:

- Sabem onde fica o escritório do Ibama?

- Não.

- Aqui não é Fabião I?

- Não, aqui é Fabião II!

- E que horas tem ônibus para Fabião I?

- Ih, moça, hoje não tem mais ônibus não. Pra lugar nenhum.

Gente, meu pai ficou nervoso, a Monique começou a rir e eu não sabia se chorava ou se pedia abrigo para eles. Viramos a atração de Fabião II! Aos poucos as pessoas dessa casa e da casa ao lado iam saindo também, todos para ver a gente e provavelmente curiosos para saber quem éramos nós, os três tapados que tinham ido parar naquele lugar sem carro. rs

Até que um moço da casa ao lado, o Celso, se ofereceu para nos levar até Fabião I no seu carro. Fomos para Fabião I, achamos o escritório do Ibama, mas não conseguimos autorização porque o cara responsável por isso não estava lá. Disseram que ele chegaria no dia seguinte. Procuramos lugar para dormir e nada! O único chalé que existe no lugar estava sem água e a moça disse que ele estava sem condições de receber hóspedes. Eu já estava no ponto de dizer que a gente não ligava para a água, só queríamos um lugar para passar a noite, mas aí ela falou para tentar lugar na casa do Samuel, ou da Elvira ou da Maria ou de sei lá mais quem! rs Falou um tanto de nome e eu nem sei se os que estão aqui estão certos! rs

Fomos para a casa de um e não dava, a outra não achávamos, tudo isso no carro do Celso. Então ele se ofereceu para nos levar até Itacarambi, porque lá com certeza acharíamos um hotel disponível. Não tínhamos outra opção e é óbvio que aceitamos.

Ele ainda passou pela beira do rio São Francisco (Itacarambi também beira o rio!) para que tirássemos umas fotos! 




O Celso literalmente nos salvou nesse dia!!! Muito obrigada, Celso!! Deixou a gente na porta de um hotel, seguros e salvos. Meu pai deu uma graninha para ele e ele ainda não queria aceitar de jeito nenhum!! Vê se pode! Meu pai insistiu, é claro, depois de tudo o que ele tinha feito por nós! E fomos dormir felizes e contentes com a nossa aventura!


quinta-feira, 24 de novembro de 2011

SÃO JOÃO DA LAGOA: A VIDA NA ROÇA! ( DIAS 28, 29, 30, 31)

Somos mulheres aventureiras! Então, tínhamos certeza que iríamos tirar de letra passar alguns dias na roça do Moacir, amigo do Ronald. Até nos ofendemos quando o Ronald duvidou que soubéssemos a diferença entre cocô de vaca e de cabrito. Claro que sabíamos! rs Deduz-se pelo tamanho dos respectivos orifícios! Ahahahaha! Enfim, gostamos da idéia! Nunca havíamos estado numa roça. E estamos sedentas por coisas novas.


Segunda, bem cedinho, arrumamos nossas mochilas e partimos de carro com o Moacir e o Antonio, seu irmão. A roça fica em são João da lagoa, cidade muito pequena, próxima a Montes Claros. Do centro da cidade para a roça, ainda percorremos 3 km por estrada de terra, passando por uma bonita lagoa.


E chegamos! Que lugar gostoso! Só víamos natureza para todos os lados! Dois cachorros e o caseiro Pedro vieram nos receber na porteira (porteira! Olha que coisa da roça, gente! rs). Lá só existe a casa do Moacir, onde ficamos, a do Pedro e a roça.


 

Nosso amigo Moacir logo tratou de nos apresentar tudo. Tem pé de tudo quanto é fruta, árvores diversas, flores, uma horta cheia de coisas gostosas!!! Huuuuummm!!! Adoro mato comível! Hehehe! Fiquei louca imaginando as possíveis saladas que sairiam dali. Tudo natural! Conhecemos a criação de galinhas. Carijó, garnisé... Ele nos mostrava com entusiasmo cada coisinha, cada pássaro com seus ninhos milimetricamente fabricados com os bicos. E enquanto mostrava, ia nos explicando e dando as frutas para comermos. Rachel se empanturrou!

 



 Ele nos contou também dos jacarés, seus amigos. Viviam na beira do riacho que, graças a Deus, não ficava muito perto da casa. E da jibóia, visitante assídua do local. E eu que estava contando apenas com os mosquitos!


Passamos 4 dias aproveitando o lugar. A Rachel, com sua insistente mania de subir em monumentos, como não os encontrou, se aventurou nos galhos das árvores. Se sentindo a Chita, quase integrada a natureza! rs Nunca comera jabuticaba e amora antes de estar ali. E começou bem. Detonou as árvores! Se deliciou com as duas frutinhas. Comemos caju, jabuticaba, amora, ingá, laranja. Amei comer laranja do pé! Acho que as mais gostosas que já provei! E ingá!? Fruta que conhecia só de jogar adedanha! rs

 

 



Comemos os ovos fresquinhos que as galinhas dali nos proporcionaram. rs Comi a salada feita com o que eu mesma colhi. Lavei e tirei suas minhoquinhas. rs


                     
O Ronald só queria pegar sol com sua sunguinha estampada e seu chapeuzinho estilo Indiana Jones! rs

Bom, como cariocas que somos, mantínhamos a calma para passar a impressão de não termos medo de nada. Até que vou tomar banho e avisto uma perereca branca no banheiro! Morrendo de medo dela pular em mim, saí e fui falar com o Moacir, com um semblante sereno (Ahahaha!). “Moacir, tem uma perereca no banheiro.” Que vergonha, gente! Ele me mostrou que ela tem medo da gente, a fez se esconder atrás do vaso. Ainda assim, tomei banho sem tirar os olhos dela! rs

Da mesma maneira agimos com a aranha esquisita das patas longas. Fui fazer xixi e ela estava lá, na lateral do vaso. Chamei a Kel. Enquanto uma fazia xixi, a outra vigiava a aranha!


Num desses dias, Moacir nos levou para conhecer os jacarés. Nos embrenhamos pelo mato, os quatro e a gata Tina, manhosa e carente. Fizemos uma trilha em meio à mata fechada, passando por galhos caídos e lutando com os mosquitos. Num certo ponto, perto do riacho, tínhamos que estar em silêncio para não espantá-los. Que tensão! Não sabia se tinha medo deles aparecerem mesmo ou de uma jibóia resolver dar o ar da graça. Chegamos lá, procuramos e procuramos. Moacir nos mostrou o ninho, mas eles não estavam. Pena! Apesar do medo, estávamos loucos para vê-los.




Voltamos e conhecemos pelo caminha a criação de abelhas. O pai da Kel, com o seu modelito super preparado para aventuras!


Mas nossa maior aventura ainda estava por vir. Depois da chuva, o calorão. E com o calor, os cupins!!! Os impertinentes e detestáveis cupins! Eu disse para a Kel: “eu gosto da roça, adoro os animais, até relevo os mosquitos, mas os cupins... Ah, eles me irritam!”.
Nesse dia eles resolveram, todos, se acumular onde estivéssemos. E o point da noite era a lâmpada em frente ao nosso quarto. Parece que sou fresca, né? Tá, sou um pouquinho, mas eram MUITOS cupins. Infinitos!!! Eles preenchiam toda a parede ao lado da porta do quarto, todo o chão da varanda e se debatiam em todo lugar transitável da casa! Pareci um filme chamado “O ataque dos cupins”.
Tivemos que apagar todas as lâmpadas e nos debater com eles no escuro. Foi terrível! E engraçado no fim das contas, porque os cupins ativam os meus chiliques. E a Rachel se divertia com eles! rs


Por fim, adoramos a roça! Vimos um dos céus estrelados mais bonitos, sentimos o cheirinho de plantas, flores e terra molhada mais gostosos! Vimos vagalumes. Comemos frutas e folhas que não conhecíamos. Subimos em árvores. Fomos à procura de jacaré, enfrentamos cupins, mosquitos e pererecas. Fugimos da gata que só queria se esfregar na nossa perna. Batemos bons papos e ouvimos as histórias do Moacir, do Ronald e do Pedro. Nos divertimos muito!