quarta-feira, 23 de novembro de 2011

DIAMANTINA (DIA 25)

Cordisburgo foi um dos lugares que mais nos agradou nessa viagem. Mas o que viria pela frente não iria ficar por menos. De Cordisburgo, tomamos o ônibus da empresa Sertaneja, que sai diariamente às 7:45 rumo a Curvelo (R$15 cada).


Seguimos por uma estrada de terra, com direito a um ventinho gostoso batendo no rosto e muita poeira! Delícia! Ivete Sangalo deve ter tomado esse ônibus algum dia! rs Porque ele com certeza levantou poeira!!! A música provavelmente é tema desse itinerário! rs


Chegamos em Curvelo por volta de 9 da manhã. Curvelo, para quem não sabe, localiza-se no centro geográfico de Minas Gerais. Pois é, ele fica ali bem no meiozinho do estado.


De Curvelo, já seguimos para Diamantina, que era a cidade pela qual definitivamente fazíamos questão de passar. O ônibus da empresa Pássaro Verde saiu rapidinho, às 9:15, e a passagem custou R$29,20 cada. De dentro do ônibus, ainda deu tempo de tirar uma foto na cidade de Datas, muito charmosa, que estava no caminho.


Já em Diamantina, encontramos facilmente um hotelzinho ao lado da rodoviária, o hotel JK (fone: 38 3531-8715, email: hsalimentacao@bol.com.br), com um atendimento muito simpático! O quarto simples, com banheiro coletivo e direito a um excelente café da manhã, custou R$25 por pessoa.

Gente, Diamantina era realmente tudo que imaginávamos. Na verdade, era até um pouquinho mais.


Uma mescla de cultura de cidade histórica, com tranquilidade de interior e dinamismo de cidade grande! Uma cidade na qual você se sente tranqüilo e seguro mesmo no meio de toda aquela movimentação diurna e noturna que acontece ali mesmo, numa das principais localidades da história de nosso país! Afinal, foi ali que viveu Chica da Silva, foi ali que nasceu e cresceu Juscelino Kubistchek e foi ali que se desenvolveu a exploração mineira em busca de diamantes.



 


Conhecida inicialmente como arraial do Tijuco, a cidade passou a se chamar Diamantina por causa do grande volume de diamantes encontrados na região. Essas pedras eram extraídas em grande quantidade pela Coroa de Portugal, durante o século XVIII. Foi nesse período que Chica da Silva viveu com seu companheiro João Fernandes de Oliveira na casa que visitamos.


Chica, escrava negra, por ter sido escolhida companheira de João, pôde gozar de privilégios concedidos apenas aos brancos poderosos. Foi nessa casa inclusive que os dois tiveram juntos mais de dez filhos.


Já no início do século XX, no entanto, “Diamantina dividia-se entre a lembrança dos tempos faustosos da mineração, gravada em sua paisagem, e a limitação de seus meios de vida e de comunicação com o mundo. Naquela época a cidade encontrava-se desprovida de linha telefônica e eletricidade; suas ruas eram iluminadas por lampiões a querosene, apagadas nas noites de lua cheia; seu abastecimento de água potável era tão precário quanto o sistema de esgotos e a limpeza pública; e os mortos eram ainda enterrados nas igrejas.” A igreja dos pretos (paga-se R$2 para a visitação), de Nossa Senhora do Rosário, por exemplo, possui 96 tumbas bem delimitadas em seu piso (e quanto mais se pagava, mais próxima ficava a tumba do altar).


Segundo a guia, essa igreja era específica para os pretos e pardos da região e todos os santos presentes no altar da igreja são pretos (infelizmente não é permitido fotografar lá dentro). E essa igreja não só era freqüentada por eles, como também foi construída com o suor de cada um durante a noite (afinal já havia trabalho demais durante o dia!). E devido a pouca e precária iluminação da cidade, a igreja ficou torta!!! Tombada para um dos lados! Vendo por fora é quase impossível notar, mas olhando de dentro para a porta principal da igreja, isso é completamente perceptível! Muito interessante! Ainda segundo a guia, eles perceberam que a igreja estava ficando torta, mas, para evitar desperdício de tempo e material, acabaram deixando assim mesmo.

  
Diversas outras igrejas estão espalhadas pela cidade, assim como alguns museus. Fomos ao Museu do diamante (não me lembro ao certo, mas acho que custou R$1) e ao Museu do Juscelino (R$2), que ficava na casa onde ele morou até se mudar para Belo Horizonte para estudar medicina.




Tomamos até uma cervejinha no bar do Nonô (apelido de Kubistchek), que fica embaixo da casa.


Numa comparação com Ouro Preto, meu pai ficou curioso por ali não haver obras de Aleijadinho. Pelo menos nenhuma pela qual nós tenhamos passado. Seguindo um raciocínio que talvez não faça muito sentido (mas a vontade de falar bobeira era grande! rs), afirmei:

- Ele não deve ter vindo aqui. Era aleijado. Seria muito complicado.

E meu pai, praticamente destruindo minha lógica, rebateu:

- Pode ter vindo de excursão, ué!!!

Aaahahhaahhaaa!!! Gente, eu nem sei se essa história tem graça sendo contada aqui, mas na hora, do jeito que meu pai falou, ela fez com que a Monique e eu caíssemos na gargalhada e assim ficássemos por um bom tempo! Deu até dor na barriga de tanto rir! Excursão! Vê se pode! rs

De noite fomos, é claro, colaborar com a movimentação da cidade, que já estava ótima numa linda sexta-feira de lua cheia! Havia uns barzinhos bem animados ali pelo centro, mas acabamos optando pelo Mercado Velho, local que servia como ponto de descarregamento e venda de mercadorias entre os comerciantes e mineradores que passavam pela cidade.


Ali estava rolando um chorinho ao vivo e uma feira de comidas deliciosas e bem baratinhas! Custava R$3 o pratinho pequeno e R$5 o grande!


Depois de passado todo esse dia, foi isso que descobrimos sobre Diamantina. Mesmo sem diamantes, essa cidade ainda é uma joia muito preciosa!!!



Um comentário:

  1. Sofri com a minha inflamação na perna, mas valeu conhecer Diamantina. Gostei mais de lá do que de Ouro Preto, embora as igrejas desta última sejam mais bem trabalhadas. Fiquei surpreso ao saber que a atendente do bar do Nonô não conhecia nenhuma cidade, além de Diamantina!!! Valeu sim, o JK, a Chica da Silva e a menina francesa, que estuda em Ouro Preto. Isto é o começo, muito mais terão pela frente. Tenham bom senso e continuem. Ronald

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