sábado, 26 de novembro de 2011

FABIÃO E ITACARAMBI (DIA 32)

A vida na roça chega ao fim e é hora de ir embora. Meu pai acorda a gente 6 da manhã para dar tempo de tomarmos o ônibus de 9:50 que vai de Coração de Jesus até Montes Claros. Fomos de São João da Lagoa para Coração de Jesus por dois motivos: para conhecer a cidade e para fazer uma visita à irmã do Moacir, Maria.

Acordamos, então, às 6 da matina, tomamos café e seguimos a estradinha de terra de uns 3 quilômetros a pé até o centro de São João. Uma caminhadinha já para animar o começo do dia. Aquele sol fraquinho e gostoso nos fez companhia por todo o percurso.

Do centro de São João da Lagoa, tomamos um táxi até Coração de Jesus. 


Fizemos a visita à dona Maria, passeamos pela cidade, tomamos sorvete e sabe o que mais? Perdemos o ônibus!!! rs Pois é. Meu pai sempre me fala, desde que eu era criança, que mineiro nunca perde o trem. Ele costumava me contar uma história de que um mineiro acordou a família toda a meia noite com medo de perder o trem que saía às 7 da manhã. Todos acordaram e foram para a estação de trem. Esperaram, esperaram e esperaram. Quando bateu a fome, foram todos tomar café e o que aconteceu? Eles perderam o trem!!! Pois então, como a vida dá muitas voltas, meu pai, que sempre ria dessa história, acabou comprovando a sua naturalidade. Mineira!!! rs Acordamos às 6 da manhã! Não perdemos o trem , mas perdemos o ônibus!!! Ahahahahaa!!! Tudo bem, em defesa do meu pai, admito que o ônibus se adiantou um pouco e, por essa razão é que o perdemos. Mas não importa, porque agora tudo é motivo para lembrar dessa “mineirice” do meu pai! rs

Tomamos um táxi até Montes Claros (que no fim das contas acabou custando o mesmo que o ônibus, R$18 por pessoa) e de lá já nos mandamos para Januária, cidade que beira o rio São Francisco e que fabrica a melhor cachaça do mundo (pelo menos é o que dizem!).

Quando estávamos dentro do ônibus, descobrimos que ele seguiria viagem até uma cidade mais a frente chamada Itacarambi. Entre Januária e Itacarambi, havia o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, que muito nos interessava. Buscamos informações com alguns passageiros e decidimos ir direto para lá, sem nem descer em Januária.

Para conseguir entrar no parque, teríamos que conseguir uma autorização no posto do Ibama que ficava em Fabião I (entre Januária e Itacarambi). Pedimos então para o motorista nos avisar quando passássemos por lá. Só que quando ele nos avisou que tínhamos chegado, não sabíamos o que fazer, porque ali não havia um restaurante, um hotel, um nada que pudesse nos salvar! Então o motorista disse que ali era Fabião II. “Não é aqui que temos que descer. Fabião I deve ser maiorzinho”. E continuamos no ônibus.

Uns 5 ou 10 minutos depois, o motorista avisa novamente: “É aqui!”. “É aqui onde?”, eu pergunto, pois não vejo nada, apenas uma estrada com 4 casas em volta. “Aqui é Fabião I”, ele confirma. Se ele disse que era Fabião I e se nós tínhamos ido para lá, era ali mesmo que eu iria descer. Fui logo descendo do ônibus para pedir informação. Meu pai, meio preocupado com o horário (já eram umas 5 da tarde), preferia continuar a viagem até Itacarambi, que era a próxima cidade, mas acabou descendo atrás de mim. A Monique, que se lembrou das nossas malas no bagageiro, foi pegá-las e depois disso o ônibus foi embora.

Assim que desci do ônibus, vi umas moças entrando numa casa e perguntei:

- Sabem onde fica o escritório do Ibama?

- Não.

- Aqui não é Fabião I?

- Não, aqui é Fabião II!

- E que horas tem ônibus para Fabião I?

- Ih, moça, hoje não tem mais ônibus não. Pra lugar nenhum.

Gente, meu pai ficou nervoso, a Monique começou a rir e eu não sabia se chorava ou se pedia abrigo para eles. Viramos a atração de Fabião II! Aos poucos as pessoas dessa casa e da casa ao lado iam saindo também, todos para ver a gente e provavelmente curiosos para saber quem éramos nós, os três tapados que tinham ido parar naquele lugar sem carro. rs

Até que um moço da casa ao lado, o Celso, se ofereceu para nos levar até Fabião I no seu carro. Fomos para Fabião I, achamos o escritório do Ibama, mas não conseguimos autorização porque o cara responsável por isso não estava lá. Disseram que ele chegaria no dia seguinte. Procuramos lugar para dormir e nada! O único chalé que existe no lugar estava sem água e a moça disse que ele estava sem condições de receber hóspedes. Eu já estava no ponto de dizer que a gente não ligava para a água, só queríamos um lugar para passar a noite, mas aí ela falou para tentar lugar na casa do Samuel, ou da Elvira ou da Maria ou de sei lá mais quem! rs Falou um tanto de nome e eu nem sei se os que estão aqui estão certos! rs

Fomos para a casa de um e não dava, a outra não achávamos, tudo isso no carro do Celso. Então ele se ofereceu para nos levar até Itacarambi, porque lá com certeza acharíamos um hotel disponível. Não tínhamos outra opção e é óbvio que aceitamos.

Ele ainda passou pela beira do rio São Francisco (Itacarambi também beira o rio!) para que tirássemos umas fotos! 




O Celso literalmente nos salvou nesse dia!!! Muito obrigada, Celso!! Deixou a gente na porta de um hotel, seguros e salvos. Meu pai deu uma graninha para ele e ele ainda não queria aceitar de jeito nenhum!! Vê se pode! Meu pai insistiu, é claro, depois de tudo o que ele tinha feito por nós! E fomos dormir felizes e contentes com a nossa aventura!


6 comentários:

  1. Eu acordei vocês às 6 horas, porém eu levantei às 4 horas e trinta minutos!!! A foto da Monique, tendo como fundo o São Francisco, está lindíssima. A jóia de de Fabião II, o Celso, valeu mais que a de Fabião I, as grutas que não conhecemos, pois cada ser humano vale mais que todo o mundo, pois é templo do Espírito Santo. Feliz erro! Desbravadoras, caminhem para frente com prudência. Do irmão de todos e todas, o Ronald

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  2. Por Favor, pelo menos respeitem os moradores de nossa comunidade pois, alem de ser um belo lugar para se viver, existem pessoas maravilhosas como o Celso, ele é meu vizinho.
    Respeitem o lugar onde moramos, eu amo morar ai.
    Sou Fábio e moro atualmente em Montes Claros por motivos de estudos, mas sempre que posso vou para o Fabião.

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  3. Oi Fábio! Que bom que você comentou. Relemos e procuramos no texto onde podíamos ter desrespeitado os moradores ou a cidade de Fabião. E ficamos surpresas porque em momento algum tivemos essa intenção.
    Desculpe se pareceu que estávamos falando mal do local ou dos moradores de lá. Acho que fomos mal interpretadas.
    De maneira alguma quisemos fazer isso. Muito pelo contrário! Ali conhecemos pessoas que se preocuparam em nos ajudar quando muito precisamos. E o Celso é uma das pessoas incríveis e bondosas que ficaram marcadas em nossa viagem! Só temos boas referências dos moradores de lá.
    Se existe alguma coisa no texto que te incomoda, diga-nos o quê para que possamos dar um jeito.
    Abraços, Monique e Rachel.

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  4. Lamentamos o seu transtorno,mas se vc tivesse entrado em contato com o IBAMA hoje Instituto Chico Mendes tendo como responsável a pessoa Evandro vc naturalmente teria conseguido seus objetivos.Qto a Celso ele so esqueceu de ti avisar que FabiãoII,também possui receptivos familiares.

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    1. Tudo bem! Nao tem problema. Nao esperamos mais pelo Evandro porque o nosso parceiro de viagem Ronald tinha data para voltar de viagem. Na próxima vez visitamos melhor o lugar!!! :) Obrigada pelo comentario!!!!

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  5. Lamento não saber que vc estava procurando hospedagem,pois era um prazer de termos vc como hospede em nossa comunidade.Mas talvez o seu transtorno foi todo por vc não ter agendendado a sua vizita,tanto no parque quanto no receptivo.
    Apesar de todas as dificuldades vc escolheu um ótimo lugar para conhecer e desfrutar.Quem sabe em outra oportunidade vc possa agendar com antecedência,assim não hávera incidentes.
    Caso vc queira retornar e agendar a hospedagem ligue nesse número:3626.1056
    Um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo.

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