sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

BRASÍLIA (DIA 34)

Enfim, a capital do nosso país!!!!!

Saímos de Januária no ônibus de 16h pela empresa Novo horizonte. A passagem custou 84 reais cada. O caminho mais rápido entre as duas cidades é por uma estrada de terra, em que levaríamos 11h para chegar a Brasília em condições bem precárias, já que havia chovido há pouco tempo. As cidades se encontram praticamente numa reta, norte de Minas e distrito Federal. E queríamos conhecer essa estrada, passar um pouquinho de perrengue seria divertido!rs Mas um senhor de lá nos aconselhou a pegar o ônibus que ia pela estrada asfaltada, passando por Montes Claros e que custava o mesmo preço. Preferimos não nos arriscar. Guardaríamos o risco para coisas mais legais que poderiam vir pela frente!


Passamos a noite viajando, o que nos ajudou a economizar um pouquinho. E aí, quando acordamos, lá estava!!! Brasília!!!!! Que alegria!!! Era a primeira vez que a Kel estava lá. Era a minha segunda. Mas é tão legal estar na capital do seu país! Me senti tão importante por estar entrando naquele solo! Ainda que estivesse imaginando que iria enfrentar um calor dos infernos! Quem já foi, sabe como é quente e seco o clima. Quem não foi, fique sabendo e prepare-se!rs Graças a Deus, tivemos a sorte de pegar um tempo chuvoso e nublado a maior parte do tempo. Que nos permitiu andar pela cidade com menos sacrifício.

Estávamos felizes! Chegamos à rodoviária e fomos logo tirando fotos. A rodoviária interestadual de lá é muito bonita, embora um pouco distante do centro. Mas é próxima do metrô e do ponto de ônibus para muitos lugares.  


Mesmo com a empolgação, estávamos um pouco preocupadas. Pelo que pesquisamos previamente sobre hotéis, pousadas, hostels, estava tudo muito desanimador. Pela internet, a diária em um hotel mais barata para as duas não sairia por menos de 200 reais. E quase nenhum tinha vaga. No Albergue da Juventude, a diária estava R$57 por pessoa e não havia vagas. Então ficamos sabendo que numa tal via W3 Sul existiam algumas pousadas baratas. Depois de ligarmos para várias pousadas e hotéis que listamos da internet, só obtivemos respostas negativas.  Era uma segunda-feira. E dia de semana Brasília simplesmente lota! Não há vagas em quase lugar nenhum. Então, se quiser visitar a cidade, faça reserva num hotel antecipadamente.

Já que não havia jeito, não pretendíamos dormir na rodoviária, resolvemos deixar as mochilas no guarda volumes e buscar um lugarzinho na W3 Sul.

Tomamos o ônibus para a via. Os ônibus custam R$3,00, intermunicipais, R$2,00, rodando somente dentro da cidade, e havia um custando R$1,50, que fazia o caminho da rodoviária velha, passando pela esplanada e indo para o Palácio da Alvorada.

Chegando na W3 Sul começamos a busca. Perguntamos para um homem no ponto de ônibus sobre as pousadas dali. Ele nos informou que não havia mais! (nãaaaaao! desespero total!rsrs) Que já houvera muitas, mas como ali não é setor de hotelaria, elas foram proibidas. Mas também nos disse para tentar ver algumas das casas de lá porque algumas ainda deveriam ser. Agradecemos e fomos buscar outras “opiniões”. Caminhando em direção as casas, vimos uma menina sentada e perguntamos para ela também. Ela disse que existiam pousadas sim. Que não sabia quais casas eram pousadas, mas achava que uma delas era e nos apontou.

Pensamos: ufa! Menos pior! E chegando perto da casa que nos indicou, ao lado da portona de vidro e da campainha encontramos o seguinte aviso: residência particular. Eu até vi o aviso, mas tinha muita cara de pousada. Pensei lá com meus botões e disse para Kel “Ah! Deve ser para burlar a fiscalização!” E meti o dedão na campainha!

Eis que abre a porta um homem arrumadinho para sair para o trabalho e sua esposa. E eu ainda pergunto (às vezes eu não sei o que passa na minha cabeça, nem eu acredito no que faço!rs): “Isso aqui é uma pousada?” E o homem, simpático, responde: “Não! Isto é uma residência particular!” hahahaha

O casal também nos disse que existiam algumas por ali, na rua, mas não sabiam quais eram. E caminhando pela rua vi um homem saindo de uma casa grande. Me adiantei e gritei “moooço!” Meu grito nos salvou! Ali era uma pousada, mas estava sem vagas. Ele nos indicou outra.

Gente! A Rachel estava completamente sem coragem de bater num lugar que ela nunca entraria! Aquilo, nem de longe, parecia uma pousada! Eu estava num dia cara de pau. Mas também não queria bater!rs A sorte é que estavam saindo pessoas do lugar e pudemos confirmar a informação. Enfim, achamos uma pousada!!! R$40 por pessoa. Foi o melhor preço que encontramos em Brasília. Sem café da manhã e banheiro coletivo. E quando entramos perdemos a má impressão da fachada. Era um lugarzinho até agradável.

Na rodoviária pegamos um mapa de Brasília. Queríamos conhecer tudo! Mas tínhamos um pequeno problema. Eu já sabia que Brasília era feita para quem tem carro e dinheiro, mas ainda não tinha sentido na pele essa verdade! Queríamos fazer tudo a pé. E fomos em direção ao Eixo monumental, que é a avenida dos ministérios e do Congresso Nacional, é o “corpo do avião”. Estávamos na Asa Sul, bem próximo ao Eixo.

Antes de contar, me deixa explicar melhor como a cidade funciona, para que vocês entendam depois as nossas dificuldades.rs


Brasília foi planejada no formato de um avião. O corpo do avião é o Eixo monumental. Nessa avenida beeem extensa se encontram o Memorial JK e o Cruzeiro, que ficam no ponto mais alto de Brasília; a catedral; a biblioteca Leonel de Moura Brizola; a torre de TV; a esplanada dos ministérios; o Congresso nacional, que fica bem na “cabine do piloto”; e a maioria dos pontos importantes da capital. Existe a Asa Sul e a Asa Norte.  Toda a capital foi planejada e dividida em setores, quadras e algumas subdivisões. Então, se você olha para o lado e vê a placa SCLRS, você está no Setor Comercial Local Residencial Norte. Não espere encontrar hospitais ali.rs Da mesma maneira que se estiver no Setor Hoteleiro Norte, não espere encontrar uma agência bancária. As ruas, avenidas e quadras são identificadas por números e letras, tudo seguindo uma ordem.

Acho que deu para explicar bem mais ou menos como funciona. Agora vamos às consequências disso. Um lugar é sempre muito afastado do outro. Para eu ir a um supermercado ou a uma farmácia tenho que me deslocar até o setor correspondente. E o pior de tudo, que nos fez sofrer bastante, é a falta de estrutura para se andar a pé na cidade! As calçadas são raras, não existem muitos semáforos e as distâncias são quilométricas. Em alguns lugares, apesar de não ter semáforo, tem aquela faixa de pedestres que o andante sinaliza e os carros param. Mas no todo, para andar em Brasília, ou se dá voltas e voltas para passar por lugares que se possa atravessar e tenham calçadas (onde muitos carros ficam estacionados e muitas delas são esburacadas), ou se atravessa em cruzamentos e vias, caminhando pelo gramado.


 Gente!! E os pobres de Brasília? Absurdo! Da w3 Sul para ir para a rodoviária velha, no centro do Eixo Monumetal, tivemos que caminhar pela grama, atravessar correndo ruas perigosas, bem movimentadas de carros, e quando achamos uma passagem subterrânea de pedestres, ela era horrível, imunda, sem iluminação, própria para assalto!


Contando sobre nossas visitações, explicamos para vocês o que tivemos que fazer para chegar aos lugares. Vocês devem pensar, e os ônibus? Existem. Ali no centro têm até bastante. Mas para chegar aos pontos tem que passar um perrengue. De noite então, as ruas ficam desertas! Dá muito medo. Porque ou você tem carro ou vai de ônibus. Ninguém anda a pé.

Isso irritou bastante a nós duas! Quem construiu Brasília em tempo recorde, há aproximadamente 50 anos atrás, foram os pobres, conhecidos como candangos. E hoje, nessa cidade não há espaço para eles. Talvez por isso as cidadezinhas ao redor sejam tão carentes, tão pobres. Literalmente à margem do Plano piloto.

3 comentários:

  1. Caras aventureiras

    Quando era criança ouvi um ditado que dizia: " Por fora, bela viola, por dentro, pão bolorento." Para vocês, foi o contrário. A pousada era feia, por fora, porém razoável, por dentro! Ainda bem. O muçulmano é obrigado, pelo menos uma vez na vida, a ir a Meca; o brasileiro, sem ser obrigado, deveria, pelo menos uma vez na vida, ir à capital do seu país, Brasília. O que vocês acham? Muito bem, agora a Rachel já pode dizer que conhece o Brasil, pois conhece a sua capital. Assim está liberada para conhecer outros países!!! Ela já conhecia Assunção, Buenos Aires,Caracas e Montevidéu, porém não conhecia Brasília. Que absurdo! Gostei dos comentários sobre a nossa capital. Estava preocupado com a demora do novo blog. Agora estou tranquilo. Beijos do Ninho.

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  2. Primeira cidade por onde já passei! Bastante interessante de conhecer porém imprópria para pedestres!!!!!
    Ahhh, recebi o postal de vcs, adorei!Espero q estejam aproveitando e se divertindo bastante!!!!
    Onde estão agora? já sabem onde vao passar o natal e ano novo????
    Saudades!!! bjo enorme nas duas!!!

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  3. E os pontos turisticos, não viram? Só li coisas ruins.Vocês não apreciaram a capital? Nina

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