CHACALTAYA – BOLÍVIA (DIA 76)

E chegamos a 2012. Animadas, felizes e dispostas a encarar nosso próximo compromisso: Chacaltaya, uma montanha de mais de 5 mil metros de altura, situada na Cordilheira Real (que é uma cadeia integrada à Cordilheira dos Andes) e a aproximadamente 2 horas de La Paz.

Como combinado, o ônibus da agência de viagem passou no nosso hotel de manhã para nos buscar. O combinado era 8:30h, eles chegaram uns 15 minutos antes, mas não houve problemas porque nós quatro já estávamos praticamente prontos.

Entramos no ônibus, passamos por mais alguns hotéis para buscar outros turistas e seguimos em direção ao Valle de La Luna, região desértica ao sul de La Paz que apresenta paisagem semelhante à da lua! Bem, isso nos disseram, né? Porque eu mesma nunca fui à lua para ver se era daquele jeito. rs Enfim, parecido ou não, o importante era conhecer o Valle de La Luna pela curiosa formação que ele apresentava.

Pelo caminho, passamos pelos bairros ricos de La Paz, que ficam na parte mais baixa e, por isso, menos fria da cidade. E aí sim pudemos ver os contrastes que existem ali. La Paz se divide praticamente em três pedaços: as partes altas, bastante semelhantes às favelas cariocas, onde vivem os descendentes indígenas, que formam a classe mais pobre; as partes baixas, que descobrimos nesse passeio, onde se concentram os mais financeiramente afortunados; e a parte do meio, localizada entre essas duas, onde se encontra praticamente todo o serviço e comércio da cidade.

Chegando ao Valle de La Luna descobri: aquilo era diferente de tudo o que eu já tinha visto.

O ingresso custa Bs15 por pessoa, mas não precisamos pagar porque estava fechado. Não sei o que tinha lá pelo meio, após passar pela entrada, mas nós quatro já tínhamos ficado satisfeitíssimos de ver por fora. Pudemos apreciar bem o local e não pagamos nada por isso! rs

De qualquer forma, é bom ficar relatado aqui que não nos avisaram que o local estaria fechado. Levaram a gente para lá, assim como disseram que iam fazer, mas não pudemos entrar. Nós não ligamos, mas teve gente do ônibus que pareceu muito insatisfeita com isso. Então vai a dica: na hora de combinar e pagar o passeio, não só pergunte se o ônibus passará pelo Valle de La Luna, como também se ele estará aberto. Assim você terá certeza do que estará pagando.

De lá, seguimos viagem em direção ao tão esperado Chacaltaya. Todos já tínhamos visto neve de longe ao chegar em La Paz, mas estávamos ansiosos por tocá-la. O Chacaltaya era a nossa esperança!

Pelo caminho ainda vimos de longe a casa do Evo Morales! Legaaaal!!!

E depois de sair da cidade, o caminho até lá ainda é meio longo. Você sobe, sobe, sobe e, quando acha que não dá para subir mais, lá aparece outra ladeira! rs

Mas a viagem passa rápido por causa das coisas tão lindas que você vai vendo pela janela! São lagos, montanhas, neve... É realmente maravilhoso!

E no meio do caminho, claro que tem que ter uma paradinha para fotos! rs

É bom deixar também avisado aqui que não se recomenda de jeito nenhum esse passeio para quem ainda não está aclimatado à altitude. Ouvimos relatos de várias pessoas e algumas delas nos garantiram que sentiram a morte lá em cima. Disseram que não havia ar e que parecia que morreriam sufocados. Isso sem falar das tonteiras, dos enjôos e das dores de cabeça, claro. Nós quatro, que já conhecíamos muito bem essas sensações causadas pela altitude (minha mãe e eu principalmente! rs), só tivemos coragem de subir depois de passados alguns dias em La Paz. Só quando nos sentimos 100% é que nos mandamos. E olha que numa altitude dessas, você pode até achar que sim, mas nunca estará 100%, a não ser que você seja boliviano e tenha vivido toda a sua vida por ali! rs De qualquer maneira, também não podemos deixar de considerar que os organismos das pessoas reagem de formas distintas, então, pode ser que muita gente consiga subir logo de cara sem passar mal. O risco fica por conta de cada um.

Muitas fotos depois, subimos todos no ônibus novamente e continuamos a estradinha de zigue-zague até lá em cima. Minha mãe e meu pai (esse principalmente, com um medo danado de altura! rs) não gostaram nem um pouco do local por onde passávamos. A cada curva ouvia-se um “Ai meu Deus” ou um “Santa Maria” que eles deixavam escapar! rs Eu estava adorando!!! A paisagem, mais do que o ar rarefeito, era de tirar o fôlego!!!

Tinha parte que parecia uma montanha de chocolate com chantilly!!! Claro que só para a cabeça dos gulosos!!! Ahahahahaa!!!

E, enfim, chegamos!!! Mas ainda não no topo! O ônibus para a uns 100 metros do topo e o resto é a pé mesmo, em meio a pedras e neve! Uhuuuuuul!!! A gente já gosta de uma aventura, ainda mais assim, num lugar desses!

Brincamos e assistimos à empolgação de todos, afinal, neve para brasileiros é como calor na Sibéria! Literalmente, deitamos e rolamos! rs

Depois disso, Monique e eu seguimos nosso rumo. Tínhamos que chegar no topo logo, senão não daria tempo, pois o ônibus só ficaria parado lá por 2 horas. O ingresso custa Bs15 por pessoa, mas estávamos tão eufóricas para subir que nem olhamos para trás: deixamos meu pai pagando os ingressos, colocamos umas folhas de coca na boca e vazamos!!! rs

Subimos de papo com uns brasileiros. Gente finíssima!

Com o pé escorregando na neve, o vento gelado no rosto e um frio do cão, ainda encontramos tempo para morrer de rir.

A Monique, com toda a sua sociabilidade, fez até amizade com as cholas da montanha! Foi agarrada e tudo!!! Muito engraçado! Diz a Monique que sentiu um bafinho de cachaça, mas, afinal de contas, era ano novo, genteeeeee!!!! rs

Demoramos uns 50 minutos para subir os tais 100 metros! Recorde de lerdeza!!! Ahahahaaa!!! Mas foi o máximo!! Chegamos ainda no pique para dar uns saltinhos... rs

E aí o que não faltaram foram poses! rs

Até o Max teve vez nessa, com direito a homenagem e gritinhos de saudade para o hermanito querido.

E para descer? Ui, aí estava o problema. Para subir já era escorregadio o suficiente para levarmos uns tombinhos, imagina então para descer? E o meu tênis que, de tão velho, desliza até no asfalto? Como eu faria com ele? Bem, demos logo um jeitinho:

Iuuuuuupi!!! Descemos com tudo! E rapidinho!! E morrendo de medo do pé não dar conta de frear e a gente rolar pelo lado errado! Ahahahahaha!!! O único problema foram as nossas bundas, coitadas! Vocês já ouviram aquela música da dança do cu duro? Então, quem a compôs certamente realizou essa descida inesquecível! Ahahahahahha!!! Genteeee, vocês não têm noçãoooo!!! Endureceu tudo!!! Não sentíamos nada! Era carne congelada, igual a esses peitos de frango que as nossas mães deixam no freezer por 2 meses! Pedi para a Monique socar a minha bunda para ver se a circulação voltava, mas eu não sentia nada! Na verdade, eu nem sabia se bunda tinha circulação, mas naquele momento eu descobri que se tinha, a minha estava com defeito! rs

E assim, molhadas e congeladas, voltamos para o local onde estava o ônibus.

Chegamos em La Paz por volta das 15:30h, com a alma cheia de paz e o estômago vazio de alimentos. rs

Esse foi nosso primeiro dia do ano! Esperamos que tenham curtido!

Besos, chiquitos!!!