quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

MENDOZA (DIA 91)

Quem gosta de bom vinho já deve ter ouvido falar muito bem dessa cidade. Mendoza é uma cidade tranquila, de clima agradável, com aproximadamente 120 mil habitantes. Fica bem próxima a cordilheira dos Andes e é orgulho da Argentina por suas muitas e maravilhosas vinícolas!


E não é só esse o atrativo da cidade. Ela fica muito próxima ao Parque Aconcágua, onde fica a montanha mais alta das Américas. Infelizmente, como passamos rápido pela cidade, não tivemos a alegria de visitar o Aconcágua. Deixa para uma próxima, pois dizem ser imperdível!! Então, quando passarem por lá, ponham o Parque na lista dos lugares que não podem deixar de ir.


Bom, tiramos um dia para conhecer a cidade e outro para conhecer suas vinícolas. Cada dia merece uma postagem própria! Então vamos falar dessa cidade, que gostamos tanto.


Como nos hospedamos bem perto do centro, pudemos fazer tudo andando. A calle San Martin é a principal do centro de Mendoza. Ali encontramos todo o comércio da cidade, os bancos, casas de câmbio e uma oficina de turismo. Numa rua transversal está a Peatonal, que é um calçadão onde se encontram vários bares e restaurantes. Fica super movimentada! Mas seus estabelecimentos não ficam abertos até muito tarde. Entre meia noite e uma hora da manhã eles já estão fechando as portas.



Mendoza está cheia de praças muito agradáveis para passear, tomar um mate... rs  Uma praça mais lindinha que a outra.





A praça principal é a Plaza Independencia. É enorme e super agitada! Nela se encontra o Museu de Arte Moderna, bem próximo ao Chafariz que dá todo um charme a praça! O Chafariz é uma obra de arte também, com seu espetáculo unindo jatos de água e luzes coloridas!






Falando em espetáculo, existe um pequeno teatro a céu aberto, onde pudemos assistir um show de dois palhaços muitíssimooo engraçados!!!! Eu que estava morrendo de saudade de ir a um circo, matei a vontade com muitas gargalhadas. Ainda cantei minha música preferida em espanhol: “La cucaracha, La cucaracha! Ya no puede caminar!!!” hahaha Muito bom!!!! Sem contar que a gente não só ria das piadas que entendíamos como das que não fazíamos ideia do que estavam falando!!! hauhauha Enfim, perfeito!!!



Depois, já de noite, pois passamos um tempão nos divertindo na praça, fomos na rua da badalação mendocina. Onde ficam os boliches (boates), bares e restaurantes. Que aqui, ficam abertos toda a madrugada. A Av. Aristides Villanueva fica um pouco distante do centro, mas vale a pena conhecer.



Petiscamos em um restaurante e batemos um bom papo com Matheus, um gaúcho que está morando lá. E ficamos sabendo como é a “paquera” mendocina, segundo o Matheus. rs Ele disse que os caras conversam com as meninas a noite toda, trocam telefones e daí a uns três meses (TRÊS MESES!!!!!!) eles combinam de sair e fazer outras coisas... Vocês entenderam, né? rs Genteeee! Que loooouco!!! Enfim, cultura é cultura! Não é para entender, é para vivenciar.



E falando em cultura argentina, nossos amigos Carmel e Emiliano, que conhecemos em Uyuni, haviam nos recomendado (na verdade, intimado! rs) provar Fernet. Mas não podia ser puro, tinha que ser com Coca-cola. Estávamos curiosíssimas para saber que bebida era essa que eles falavam com tanta empolgação!! Diziam que em todas as festas argentinas só se tomava isso e que era muito bom, uma delícia, uhuuul, essas coisas.


A Natália, que já nem se empolga com essas coisas (para não dizer o contrário) veio na nossa onda e pedimos um Fernet com Coca-cola para cada. Até que enfim provaríamos! Ebaaa!


Chegou a bebida. Um copão de um líquido preto e uma garrafinha de coca. Era coisa para caramba. Mas encaramos, fizemos a mistura, o brinde, e tomamos! Gente, cultura é uma coisa que não se entende mesmo! hahahahaha O treco é amargo demaisss, com um baita gosto de remédio!!!!!! Jesuuuuuuussss!!!! hauhauha


A Naty fez aquela cara de “ecaaaa!” dela que mata qualquer um de rir. A Kel disse logo que era horrível, igualzinho remédio, e pediu mais uma Coca para ajudar a rodar o copo todo de Fernet. Eu até achei bonzinho enquanto estava geladinho. Mas depois que esquentou, estava muito difícil de descer goela abaixo! rsrsrs


Mas com muito esforço, muito gelo e muita Coca, conseguimos!!!!!!!!! Éramos praticamente argentinas depois daquela prova de nacionalidade!

Um dia muito divertido!!!!!  Amanhã tem mais!!! Depois do Fernet, um vinho de Mendoza para adoçar a boca! rs


ÔNIBUS SANTIAGO - MENDOZA (DIA 90)

Enfim chegou o dia de cruzar a Cordilheira dos Andes. Não sei se vocês sabem, mas eu sou meio fanática com a história dos sobreviventes dos Andes. Essa é uma história real, dos anos 70, sobre um avião cheio de jovens que caiu na cordilheira, em meio a muita neve e, depois de meses de muita fome e de um frio super rigoroso, alguns ainda conseguiram sobreviver. Sempre busquei livros sobre esse tema e li relatos sobre essa história e, até hoje, me pergunto como eles conseguiram isso! É realmente inexplicável a vitalidade e a solidez espiritual que eles demonstraram possuir! Bem, mas para não me perder no assunto (porque se me deixarem eu conto a vida de todos os personagens aqui! rs), digo isso apenas para que vocês entendam o que significava cruzar a Cordilheira dos Andes para mim!

Ela já era minha conhecida de muuuitos anos e agora eu iria finalmente conhecê-la de verdade!!! E acredito que cruzar essas montanhas não seja algo especial apenas para mim, afinal, quem nunca escutou um professor falar sobre a cadeia de montanhas mais comprida do mundo ou sobre a importância da mesma no que se refere às questões latino-americanas em geral? Pois é. Estávamos prestes a ter uma super aula prática de história e geografia!!!


Entramos no ônibus da empresa Tur Bus por volta das 14 horas e as passagens custaram Ch$22.500 para cada um. Fomos de primeira classe (mas não sabíamos disso, só queríamos as poltronas da frente!!!) e, como já disse anteriormente, os assentos eram muitíssimo confortáveis e havia serviço de bordo. A Monique se sentiu a dona do pedaço, se esticou toda no banco e começou a tirar onda com a minha mãe. rs Nunca vi duas pessoas tão iguaizinhas como elas, às vezes parece que elas é que são mãe e filha!!! Ahahahahaaa!!!


A subida da cordilheira é entre curvas e mais curvas, os chamados caracoles. Como o ônibus vira para um lado e para o outro, para um lado e para o outro, não importa onde você vai estar sentado: você certamente verá muito bem os caracoles.



A partir daí a paisagem fica cada vez mais imponente. São montanhas e mais montanhas.



Algumas delas, ao longe, com neve no topo, deixam qualquer um de nós, tradicionais brasileiros acostumados aos 40 graus, babando!


Mas, gente, neve só de longe. No verão não há neve na estrada! Nadinha! Então, se sua intenção é viajar por uma paisagem completamente branca, é melhor deixar para fazer isso nos meses de inverno! Muita gente pensa que, por ser a Cordilheira dos Andes, haverá neve todo o ano, mas não é bem assim. Há partes da cordilheira onde realmente há neve todo o tempo, mas, basta pensar um pouquinho, para chegar à óbvia conclusão de que não faria o menor sentido construir uma estrada num local onde há neve o ano inteiro!

De qualquer forma, não desanimem! Mesmo sem neve, o visual é de tirar o fôlego!


O ônibus ainda passa por alguns túneis e pontes pelo caminho...


Até chegar à imigração.


A imigração é integrada, ou seja, o ônibus pára uma vez só e todos descem e passam tanto na cabine chilena, como na cabine argentina.


E depois de receberem todos os carimbos, voltam para o ônibus, que espera do lado de fora.



Nós demoramos cerca de 45 minutos na imigração, tempo suficiente até para a Natália passar na lojinha e gastar todos os seus chilenos com chocolates, deixando a nossa viagem bem mais alegreee!!! rs


E, assim,  continuamos a viagem. Curtindo cada pedacinho da paisagem com sabor de chocolate!!! rs





Chegamos em Mendoza por volta das 21 horas e aí começou o sufoco. Ligamos para váááários hotéis, hostels, pensões, pousadas e todos estavam ocupados!!! Fica aí a dica para quem for visitar Mendoza no verão!

Começamos, então, a retirar nossos filtros de preço e de localização e conseguimos 4 vaguinhas no Hotel  Galícia, que fica na Calle San Juan, 881 (tel/fax (54-261) 4202619 ou email: hotelgalicia@yahoo.com.ar). A Calle San Juan é paralela à Avenida San Martín, que é uma das principais avenidas da cidade. Fomos caminhando para lá, pois ele fica a uns 15 minutos do terminal de ônibus. 

Os quartos do hotel são bons, mas alguns não tem janela e parece que é noite o dia inteiro. rs Ficamos em dois quartos com banheiro privado: um para casal e um para três pessoas. O preço foi de Ar$300 para nós cinco.

Nesse dia saímos apenas para comer alguma coisa ali por perto. Os detalhes de Mendoza virão mesmo no próximo post. Abraços e até lá!!!