SALAR DE UYUNI (DIA 81)

E enfim chegou o dia de embarcarmos no tal passeio, esperado por tanto tempo... Já havia anos que eu ficava sonhando com o salar de Uyuni, vendo fotos pela internet e imaginando como seria caminhar pelo céu, ou pelo reflexo dele, seja lá o que for. E agora havia chegado o dia. O nosso dia! O dia em que, finalmente, poderíamos sentir as nuvens sob nossos pés! Que delícia!

Mas antes de tudo, tomamos nosso café super legaaaaal, para nos dar energia, óbvio: chocolate do Chaves!!!! Ebaaaaa!!!

Nosso grupo de viagem era composto de 7 pessoas: meus pais, Monique, Carlos (o nosso guia), Carmel e Emiliano (um casal argentino super boa pinta) e eu, claro! Com exceção do Carlos, que já faz esse passeio umas 2 vezes por semana, todos estávamos eufóricos e ansiosos pelo que nos aguardava adiante.

A primeira parada foi o cemitério de trens de Uyuni, um local cheeeeio de trens velhos e muito divertidos para quem adora subir em monumentos! rs

Lá, principalmente em alta temporada, há uma infinidade de pessoas de todos os lugares do mundo subindo em cada espacinho enferrujado dos trens. Não se acanhe! Junte-se à turma e se divirta brincando nessas velharias tão entusiasmantes! rs

Entusiasmantes para mim pelo menos, porque para minha mãe, isso parecia não ser novidade. 

Ela disse que cansou de brincar em trens velhos quando criança! Bem, sorte a dela, né? O máximo que consegui quando criança foi brincar nuns tanques de guerra antigos que havia no jardim do Palácio do Catete. Mas, fala sério, tanque de guerra é muito mais emocionante, né? Enfim, Monique e eu adoramos subir em todos os lugarzinhos disponíveis e foi o máximo!

Carlos nos disse que aqueles trens eram as antigas máquinas que faziam o percurso Uyuni – Oruro. Para vocês verem, a gente reclamando de barriga cheia do trem que tomamos... Imagina se tivéssemos que vir numa lata velha dessas? Aí sim é que teríamos história para contar! rs

De lá, seguimos até Colchani, povoado onde pudemos apreciar (sim, só apreciar, porque comprar é palavra proibida entre nós! rs) artesanatos.

Aproveitamos também para conhecer o pequeno museu dali, que expõe obras feitas com sal. Olhem essa llama gigante!

Foi também em Colchani que demos um tempo para o almoço. Comemos salada, carne e batata cozida e pudemos conhecer a tal quinua, cereal bastante tradicional por essas bandas.

Se tivéssemos que fazer uma comparação, diria que a quinua se parece um pouco com um arroz sem sal e um pouco mais mole. Mas também não sei se o modo de preparo influencia, então, não tomem isso por base. A Monique se fartou! Quando dava uma brecha na sua mastigação, dizia que era uma delícia! rs

E, dali, fomos então para o SALAR DE UYUNI!!! Ebaaaaaaaaaaaaaaa!!!!

De cara, logo na entrada, já pedimos para descer e tirar fotos. Arrancamos os sapatos e metemos de uma vez os pés na água! Oh, gostosura!!!

Esse, se não me engano, é o trecho do salar que fica mais alagado durante a época de chuvas. Mas quando passamos por ele, não havia mais do que uns 50 centímetros de água. Salgada, obviamente! rs

Daí em diante, tudo virou festa! Todos queriam andar pelo sal, chutar a água, molhar os outros... Fotos? Milhares!!! Nunca fiz tanta pose na minha vida! rs Não dá nem para postar todas as fotos aqui!

O cenário ali se resumia a água, sol e sal. E tudo o que era diferente disso parecia não pertencer à magia do lugar.

Ainda admirados, subimos todos no carro novamente e seguimos em direção ao museu de sal, que fica localizado mais para dentro do salar. Pelo caminho, o vento que entrava pela janela completava a espetacular sensação de estar ali. 

Gente, eu posso até tentar, mas o negócio é indescritível! É realmente fora de série!!!

Chegando ao museu, tivemos um tempo para caminhar livremente pelo salar!

E é ali, onde o solo é mais plano e menos irregular, que conseguimos ver mais claramente o céu encostar no chão!!! Lindo, lindo, lindo!!!

Disseram-nos que esse é o maior espelho natural do mundo!

Definitivamente, não tem como não se embasbacar!

Curtimos o lugar por umas 2 horas e, de lá, seguimos em frente, afinal ainda havia muito chão até chegarmos em Villa Alota, local onde passaríamos a noite.

Pelo caminho, vimos rios e llamas de pertinho!

Chegando em Villa Alota, fomos para um abrigo e, com exceção do Carlos, que deve ter dormido num quarto com os companheiros de trabalho dele, nos acomodamos todos num quarto só. O abrigo era bem simples, sem muitas comodidades, mas ok!

Ali mesmo jantamos e batemos altos papos com os nossos novos amigos argentinos! De início, falamos sobre música, sobre viagens, sobre as diferenças entre o português e o espanhol. Dali, passamos para política latino-americana e, como brasileiros e argentinos tradicionais que somos, estendemos a conversa até chegarmos ao nosso amado futebol! Com direito a discussão entre a habilidade do Pelé e do Maradona, claro, e a muitas risadas!!!

Vale ressaltar que dormimos todos SEM TOMAR BANHO!!! rs No dia seguinte até descobrimos que havia uma ducha lá (cada banho custava Bs10), mas, até então, a única coisa que tínhamos visto era um único banheiro para todos que estavam no abrigo. Gente, havia cerca de 6 carros lá! Ou seja, se em cada um houvesse 7 pessoas, daria um total de 42 pessoas! E um único banheiro!!! Sem pia!!! Lavar as mãos e escovar os dentes, só na mangueira que havia no quintal. rs

Mas como estávamos todos esgotados do dia emocionante que passamos, nem ligamos. Dormimos como anjinhos, apesar do intenso frio. Bem, isso só até as 6:30 da manhã, quando fomos acordados para seguir viagem...